domingo, 6 de maio de 2012

Segurança no Trabalho com Eletricidade

     Segurança do trabalho (S.T) pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. Ela estuda diversas disciplinas desde Introdução à Segurança, passando por higiene, medicina, prevenção, controle, comunicação, doenças, etc. O objetivo desta pesquisa não é abordar todos os ramos de atuação da Segurança do trabalho, mas mostrar uma breve aplicação desta disciplina em assuntos que envolvem eletricidade, seus riscos e danos.
       O quadro de S.T de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por técnicos, engenheiros, médicos e enfermeiros. Esses profissionais formam o SEESMT – Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho. Os empregados da empresa constituem o CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.A S.T é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de Segurança do Trabalho compõem-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. A norma regulamentadora que rege as áreas que envolvem eletricidade é a NR-10 que estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
    O profissional que convive com eletricidade deve estar ciente que um erro no trabalho pode levar à morte. O resultado final da ação da corrente elétrica no corpo humano é letal. Instalações sem manutenção, o uso de equipamentos e materiais inadequados, falhas e desgastes podem originar incêndios. O simples ato de ligar um aparelho na tomada de força já incorre no risco de acidente com eletricidade. Tomar um banho com chuveiro elétrico pode ser um exercício de “bravura indômita” principalmente se não houver dispositivos de proteção adequadamente projetados, instalados e mantidos.
    Concluímos que nossa vida diária é sempre arriscada, mas se observarmos as Normas técnicas e de Segurança no projeto, execução e operação de equipamentos e instalações e principalmente, tivermos o devido respeito pela eletricidade, seu uso e aplicação será seguro.

Efeitos fisiológicos causados pela Eletricidade




Para que um efeito fisiológico ocorra, o corpo, ou parte dele, tem que fazer parte do circuito elétrico, podendo ocorrer os seguintes fenômenos devido a passagem da corrente elétrica por um tecido biológico:


PERCURSO 1
Quando o choque fica limitado a, por exemplo, dois dedos de uma mesma mão, não há risco de morte, mas a vítima pode sofrer queimaduras ou perder os dedos.

• Queimaduras - Os efeitos térmicos provocados pelo choque elétrico no organismo humano, devem-se à passagem da corrente elétrica pelo tecido biológico, que funciona como uma resistência, fazendo com que haja liberação de energia calorífica, fenômeno conhecido por efeito Joule, produzindo queimaduras na parte atingida do corpo;


PERCURSO 2
A corrente entra por uma das mãos e sai pela outra, percorrendo o tórax. É um dos  percursos mais perigosos. Dependendo da intensidade de corrente, pode ocasionar parada cardíaca.


PERCURSO 3
A corrente entra por uma das mãos e sai por um dos pés. Percorre parte do tórax, centros nervosos, diafragma. Dependendo da intensidade da corrente produzirá asfixia e fibrilação ventricular e, consequentemente, parada cardíaca.

·   Fibrilação e Parada Cardíaca - Quando o coração é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade elevada, ocorre a parada cardíaca, que tem como principal característica a total inibição do coração como bomba. Porém, quando esta corrente elétrica é de intensidade menor do que a capaz de produzir a parada cardíaca, ela pode provocar a despolarização de partes do músculo cardíaco, ocasionando o fenômeno conhecido como fibrilação cardíaca. A fibrilação ventricular é um caso extremamente grave, por ter conseqüências idênticas à da parada cardíaca, com o agravante de que mesmo quando cessa o estímulo elétrico, ao contrário do que acontece na parada cardíaca, o ritmo normal do coração comandado pelo nodo sinoatrial não é retomado, fazendo-se necessário o uso do equipamento eletromédico conhecido por desfibrilador;

PERCURSO 4
    A corrente vai de um pé a outro, através de coxas, pernas e abdômen. O perigo é menor que nos dois casos anteriores, mas a vítima pode sofrer perturbações dos órgãos abdominais e músculos.

 Contrações Musculares - Ao ser percorrido por uma corrente elétrica, são desenvolvidos, no músculo, potenciais eletroquímicos, que podem ocasionar a contração muscular. O indivíduo perde o controle muscular, e não pode mais se afastar voluntariamente. Se esta contração for forte e prolongada, ela pode resultar em dores intensas e no estado de fadiga muscular, podendo ocasionar a tetanização das fibras musculares, onde, mesmo cessando o estímulo, o músculo permanece contraído;

OUTROS EFEITOS :

Eletrólise no Sangue - Ao ser submetido a um choque elétrico em corrente contínua, os sais minerais presentes no sangue se aglutinam, podendo provocar a mudança de concentração de alguns sais, como o íon potássio (K+) responsável pelo funcionamento do nodo sinoatrial, ou formar coágulos, resultando na redução da circulação sangüínea;

Danos a Outros Órgãos - Durante a ocorrência de um choque elétrico pode haver a liberação de toxinas, como a mioglobina, responsável pela insuficiência renal, ou então podem ocorrer o deslocamento de estruturas ou órgãos, fenômeno este conhecido por prolapso, que pode comprometer, parcial ou totalmente, o funcionamento de alguns órgãos.

Não diretamente relacionada a eletricidade

Ler

Caracteriza-se por um quadro de dor crônica, sensação de formigamento, dormência, fadiga muscular (por alterações dos tendões, musculatura e nervos periféricos). É um processo de adoecimento insidioso, carregado de simbologias negativas sociais, e intenso sofrimento psíquico: incertezas, medos, ansiedades e conflitos.

 Acomete trabalhadores inseridos nos mais diversos ramos de atividade, com destaque para aqueles que estão nas linhas de montagem do setor metalúrgico, empresas do setor financeiro, de autopeças, da alimentação, de serviços e de processamento de dados.

Ruídos
 A exposição ao ruído, além de perda auditiva, acarreta alterações importantes na qualidade de vida do trabalhador em geral, na medida em que provoca ansiedade, irritabilidade, aumento da pressão arterial, isolamento e perda da auto-imagem. No seu conjunto, esses fatores comprometem as relações do indivíduo na família, no trabalho e na sociedade.


     Efeitos da corrente elétrica no organismo humano

                                             

100 microamperes a 1 miliampér– limiar da sensação
1 mA a 5 mA – formigamento
5mA a 10 mA – sensação desagradável
10 mA a 20 mA – pânico, sensação muito desagradável
20 mA a 30 mA – paralisia muscular
30 mA a 50 mA – a respiração é afetada
50 mA a 100 mA – dificuldade extrema em respirar, ocorre a fibrilação ventricular
100 mA a 200 mA – queimaduras severas
200 mA – morte






sábado, 5 de maio de 2012

Trabalho com Eletricidade - Aspectos Comportamentais


     As condições físicas dos eletricistas são realmente um fator de grande importância para o controle do risco da função. Mas, além das condições físicas, devemos levar em consideração os aspectos comportamentais no que tange aos fatores referentes às condições psicológicas.
      Não basta somente uma boa seleção para o empregado, mas, sobretudo, um adequado programa de acompanhamento periódico, quando então poderá ser verificado se ele tem estabilidade psicológica e se continua satisfazendo aos requisitos de características e aptidões que o posto de trabalho requer, dentre eles, facilidade de aprendizagem, de execução e de relacionamento comunitário, bom controle emocional, concentração visual e auditiva, autoconfiança, organização, resistência à monotonia, entre outros requisitos de personalidade necessários para a função.
    É importante lembrar que um bom relacionamento do supervisor com a equipe não só favorece as condições de execução das tarefas como também facilita a tarefa de detectar alguns indicadores do desvio de comportamento. Se detectados esses desvios, cabe ao supervisor, ou pessoa indicada para tal, sugerir ao empregado que procure o setor de Acompanhamento Pessoal da Empresa ou Serviço Médico.
  Poderão ser considerados desvios comportamentais a insatisfação permanente, agressividade, leviandade, rebeldia, egoísmo e desconfiança. Cabe então ao supervisor ter noções e uma visão geral sobre os aspectos de saúde e de comportamento desejáveis ao empregado, além dos requisitos e legislação específicos que capacitarão a detectar indícios de qualquer anormalidade no equilíbrio ideal para o desempenho da função do empregado.

  Havendo uma boa supervisão dos aspectos comportamentais, evitar-se-ão riscos potenciais, com benefícios de âmbito pessoal, familiar e empresarial, no sentido humano e econômico, e ainda, havendo um setor de Acompanhamento Pessoal, caberá a ele acompanhar a problemática do empregado, para que providencias sejam tomadas e o empregado seja assistido nos aspectos considerados relevantes para o bom andamento funcional.